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Diferenças de Personalidade

Leo Trese


Pode-se atribuir a culpa da maioria dos casamentos infelizes ao velho adágio: "O amor é cego".

Há exceções, sem dúvida, como por exemplo se o marido ou a mulher contraem uma doença mental que provoque uma mudança radical de personalidade, impossível de prever. Mas, fora esses casos excepcionais, a personalidade básica de uma pessoa já está firmemente fixada quando ele ou ela atingem a idade conveniente para casar-se. E num noivado de duração razoável, essa personalidade básica pode ser apreciada por cada um dos futuros cônjuges, desde que ele ou ela tenham os olhos bem abertos.

Infelizmente, o amor, ou melhor, a atração física, é um grande olho fechado e um grande teorizante. "Eu sei que ele bebe um pouco (na verdade, o noivo passa a metade da vida bêbado), mas tudo se deve à sua timidez; quando nos casarmos, isso passará". "Reconheço que ela é um tanto mandona, mas é uma garotinha tão doce que nem se repara nisso; e de qualquer maneira, quando nos casarmos, serei eu quem terá a última palavra". "Às vezes, zanga-se por qualquer coisinha, e parece que estamos sempre discutindo: mas, coitado, é que ele está nervoso e tenso. O casamento o fará mudar". "Meu Deus, que mulher tão ciumenta! Mal posso beijar a minha própria irmã! Mas aposto que se comporta assim porque tem medo de perder-me. Quando nos casarmos, mudará de maneira de ser".

Todos nós temos ouvido exclamações deste gênero. Isso acontece às vezes porque o desejo físico fez adormecer a razão. Também pode acontecer porque se está tão ansioso por casar que ele ou ela só têm olhos para o lado bom da pessoa que escolheram para consorte. Há, além disso, casos patológicos: o filho dominado pela mãe que busca inconscientemente uma esposa que o domine; a jovem que, por um inconsciente sentimento de culpa, se sente inclinada a escolher um marido brutal que inflija os castigos que deseja sem saber.

O pecado original perturbou o domínio que a razão deveria exercer sobre o impulso biológico, e por isso talvez não seja tão surpreendente que muitos jovens, de um e de outro sexo, caminhem cegamente para um casamento fadado à infelicidade. E caminham nessa direção apesar dos sinais de perigo que foram colocados para que pudesse ver qualquer pessoa inteligente. Os maridos alcoólatras, as esposas briguentas, os homens de temperamento vicioso e as mulheres de ciúmes enfermiços não desenvolveram repentinamente as suas tendências indesejáveis após o casamento. E só um ingênuo acreditará piamente no velho argumento de que "posso fazê-lo - ou fazê-la - mudar", mesmo contra toda a evidência psicológica: a evidência de que o padrão da personalidade básica de uma pessoa não pode ser alterado após a maturidade. Uma pessoa pode tornar-se virtuosa com o passar dos anos, mas normalmente agravar-se-ão as desordens emocionais e psicológicas que estejam profundamente enraizadas nela.

Seria necessário um milagre para que acontecesse o contrário. E milagres deste gênero não se dão com frequência.

Felizmente, os que vêem no casamento uma vocação - e, graças a Deus, são legião - conservam certos vestígios de critério e sabem levar a cabo uma escolha sábia e exemplar. Não se limitam a perguntar: "Será que nós dois nos daremos bem?. Também formulam esta outra pergunta: "Será um bom pai - ou uma boa mãe - para os nossos filhos?".

Contudo, mesmo entre a grande multidão dos casais normalmente felizes, produzem-se momentos de tensão que resultam da falsa idéia de que o outro cônjuge pode mudar a sua personalidade a uma simples ordem da nossa parte. Um ingrediente importante na felicidade conjugal é a boa vontade necessária para marido e mulher se aceitarem um ao outro "tal como são". O casal perfeito é um fenômeno raro. Serão quase inevitáveis as diferenças de personalidade e os antagonismos temperamentais. O importante é acomodar-se a essas diferenças, em vez de esperar que desapareçam.

Se a esposa é por natureza uma má administradora, não haverá violência alguma que a converta numa financista atilada ou numa eficiente dona-de-casa. A vida matrimonial será mais feliz se o marido a aceitar e amar tal como é, ao mesmo tempo em que procura compensar-lhe as deficiências - tal como ela certamente estará fazendo com ele. Se o marido é por natureza um homem de hábitos caseiros, as contínuas lamúrias da esposa não conseguirão convertê-lo num indivíduo que gosta de sair, fã dos divertimentos e das festas de sociedade. Uma esposa ativa poderá considerar isso como uma provação, mas descobrirá um casamento muito mais feliz se aceitar alegremente a realidade e parar nas suas tentativas de modificar o marido. A esposa pode ser exageradamente ordenada, daquelas que se aborrecem com um alfinete fora do lugar, e o marido será desses desmazelados que nunca põem nada de volta no seu lugar. O marido pode ser dessas pessoas obcecadas com a pontualidade, e a mulher uma aturdida que jamais tem o almoço pronto a horas.

"Tu tens as tuas faltas, e eu as minhas. Aceitemo-nos tal como somos. Reparemos unicamente no que há de bom em nós para que, sob o olhar de Deus, o nosso casamento e o nosso lar conheçam a verdadeira felicidade". Com esta filosofia simples, mas infalível, pode-se edificar dia-a-dia a felicidade conjugal. Benditos os filhos que cheguem a um lar onde tenham assento a paz e a caridade.

Extraído do livro: Não vos preocupeis, de Leo Trese


Pode-se atribuir a culpa da maioria dos casamentos infelizes ao velho adágio: "O amor é cego".
Infelizmente, o amor, ou melhor, a atração física, é um grande olho fechado e um grande teorizante. "Eu sei que ele bebe um pouco (na verdade, o noivo passa a metade da vida bêbado), mas tudo se deve à sua timidez; quando nos casarmos, isso passará" . Será ?


 

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