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Testemunhos de aborto provocado: Olivia

Meu nome é Olivia (pseudônimo), tenho 29 anos e sou natural de Barcelona.

Quando me dei conta de que estava grávida, não pude acreditar. Foi completamente diferente do que imaginava, pois sempre pensei que esta seria a melhor notícia para mim, eu estaria casada e levaria uma vida feliz quando isso ocorresse, mas não foi assim. 

A notícia me pegou em meio a uma forte crise com o meu parceiro. Eu não queria me ver como mãe solteira, e meu companheiro (hoje, ex) tão pouco queria.

Só que uma parte de mim desejava, sim, o que estava se formando dentro de mim, e eu conversava com ele, podia senti-lo e o queria, no entanto pensei egoisticamente em MEU futuro e no que acreditava ser o melhor para MIM. Não parei para pensar que um filho é o que de mais maravilhoso pode acontecer, hoje sei e me arrependo.

Decidi ir à minha ginecologista para perguntar sobre métodos abortivos, e foi com muito pesar que relatei o meu caso. Ela, meio apressadamente, me disse que não era nada, que com poucas semanas (o que eu continha) não era considerado um feto, mas sim um embrião, e como tal ainda não tinha nervos e não podia sentir dor porque eram apenas células acumuladas.

Depois ela me deu o telefone de uma clínica de aborto legalizado, em Barcelona, eu liguei para lá e  marcaram uma consulta.

A semana, anterior à consulta, foi terrível para mim. Eu sabia que o meu filho vivia dentro de mim, e o que eu estava para fazer me atormentava, porém, equivocadamente, eu pensava que era o melhor a ser feito. E, chegou o dia marcado.

No trem, em direção à clínica,  eu tinha a sensação de que levava meu filho para o matadouro. Nunca tinha me sentido tão triste.

Quando cheguei e dei meu nome, eles me encaminharam para uma entrevista com uma psiquiatra. Comecei a chorar, mas ela me animou, dizendo que ia ser uma intervenção rápida, simples, logo tudo teria passado e que eu iria me sentir melhor.

Eu acreditei nela.

Encaminharam-me a outra sala com uma médica, e ali me fizeram uma ultra-sonografia, mas com o monitor virado para que eu não pudesse vê-lo !!!

Nunca soube nem seu tamanho e nem como era, nunca me informaram nada. Em nenhum momento explicam o que vão fazer com você, ninguém esclarece o que vão fazer com o bebê, nem o que o aborto é para ele.

Anestesiaram-me e agiram. Quando despertei estava vazia em todos os sentidos.

Devolvem-lhe a roupa e rapidamente tiram você dali, não interessa a eles como você está nem como se sente.

Já se passou um ano, que para mim tem sido um inferno. Durmo mal e carrego um sofrimento que não passa de jeito nenhum, sofro por meu bebê e por mim mesma.

Choro sem parar e emagreci muito.

Eu gostaria que orientassem as mulheres, antes de se permitirem abortar, o que significa isso, o que fazem com o bebê, como elas vão ficar depois, e que a vida delas nunca vai ser a mesma. Que vissem uma ultra-sonografia, que vejam o coração batendo do bebê... e somente depois decidam.

Lendo o fórum (do site) AVA*, fiquei surpreendida com todos os casos de mulheres que passaram ou estão passando pelo mesmo que eu, e gostaria que publicassem também a minha carta, mas de forma anônima. Oxalá sirva de ajuda às mulheres que também estão passando por este inferno, para que saibam que não são as únicas. Quanto às demais, gostaria que conhecessem o quanto é duro e traumático fazer com que nos arranquem de dentro nosso próprio filho.

Obrigada.

Olívia, 2-11-2008       

* AVA (Asociación de Víctimas del Aborto - www.vozvictimas.org) é uma organização espanhola que surgiu como iniciativa de mulheres que sofreram um aborto. Escuta e acolhe o depoimento de todas as mulheres e homens vítimas do aborto. Em sua missão de dar voz às vítimas, criou um fórum na web onde divulga tais testemunhos.

Fonte: http://www.vozvictimas.org/  

Publicado no Portal da Família em 30/08/2013

 

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