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Educação na responsabilidade sexual

Victoria Gillick tinha razão.

A Grã-Bretanha é o país da Europa Ocidental com maior taxa de gravidezes de adolescentes: mais de 40 por mil menores de 18 anos. Entre as jovens que ficam grávidas, os abortos subiram de 36 para 39% na última década (para 46% em Inglaterra e no País de Gales). No mesmo período duplicaram os casos de doenças de transmissão sexual, até 1,3 milhões em 2001.

Não será por falta de anti-conceptivos. A pílula do dia seguinte e a versão para uso habitual são dispensadas livremente às garotas nas clínicas de planejamento familiar. Para evitar ingerências de "terceiros", desde há 20 anos que os médicos não são obrigados a informar os pais. Mas, como as adolescentes são susceptíveis de esquecimentos, em 2001 o Governo autorizou que lhes fossem administrados implantes ou injeções anti-conceptivas com efeito prolongado, durante 3 meses, também sem ser preciso fazer perguntas aos pais.

Até há alguns meses, desde o início do programa, 400 jovens menores de 16 anos tinham recebido implantes, e outras 2.500 menores de 15 anos tinham recebido injeções. A difusão destes dados suscitou a polêmica sobre os efeitos secundários destes anti-conceptivos nas garotas.

O fraco sucesso da estratégia anti-conceptiva poderia ter sido previsto. Um livro publicado em 1989 advertia: "Os dados mostram que o maciço incremento da promiscuidade juvenil protegida com a contracepção não foi acompanhado pela anunciada diminuição do número de gravidezes ou abortos".

Quem assim escreveu foi Victoria Gillick em A Mother's Tale (Hodder & Stoughton - há uma versão em castelhano: Relato de una madre, Rialp, 1990). Para uma maior clareza, a autora reproduz eloqüentes palavras do Dr. Malcolm Potts, Diretor da Planned Parenthood Federation [multinacional promotora do aborto], em 1973, numa conferência no Sydney Sussen College: "Não podemos travar a fecundidade humana através da simples contracepção. Tem de haver um serviço complementar, baseado na esterilização e no aborto. À medida que as pessoas aderem à contracepção, acontece um aumento, não uma diminuição do número de abortos. Por isso, os médicos, quando falhar a contracepção, como às vezes sucede, deveriam ser capazes e estar dispostos a proporcionar, como se fosse um serviço pós-venda, o apoio ao aborto, tal como deveriam praticar a esterilização a quem a solicitasse".

Mas os avisos de Gillick caíram em saco roto, e o que ela fez foi muito mais do que escrever um livro. A sua batalha começou em 1981, quando uma circular do Ministério da Saúde autorizou os médicos da Segurança Social a receitarem anti-conceptivos a garotas menores de idade sem consentimento paterno prévio. Victoria Gillick, católica convertida, pintora de profissão, casada e mãe de 10 filhos, exigiu das autoridades sanitárias da sua região o compromisso formal de que, em nenhum caso, dariam anti-conceptivos às suas filhas sem a licença dela. Como não concordaram, levou o assunto para os tribunais. Perdeu a ação em primeira instância e depois ganhou-a no tribunal de apelo. No fim, a Câmara dos Lordes sentenciou definitivamente, contra Gillick, em 1985.

Vinte anos depois, comprova-se que os problemas que agora se lamentam, não se resolvem com a química, mas com a educação dos jovens na responsabilidade sexual. Ao fim e ao cabo, Victoria Gillick apenas exigia que respeitassem o seu direito de educar os seus filhos. Apesar dos esforços desta mulher tenaz, todos os pais britânicos perderam esse direito, e a despeito dos resultados, os burocratas continuam a pensar que sabem fazê-lo melhor.

J. T.

(in Correio da AESE, 1 de Junho de 2005)

Fonte: Extraído do site Aldeia



 

 

aldeia.no.sapo.pt

 

MOVE - Movimento de Pais

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