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Floriano Serra

Coluna "A Dois"
ROMANCE OU AVENTURA?

André Pessoa

Uma das ilusões que todos temos é que viveremos algum dia o romance arrebatador de nossas vidas, digno de Hollywood, que nos levará a ser felizes para sempre. Esta ilusão tem um toque de conto de fadas.

Não há dúvidas de que nos enamoraremos de nossa esposa, e que o entrosamento pode chegar a níveis espantosos. Mas certamente as condições de temperatura e pressão não serão constantes, e as nuvens cor de rosa por vezes se transformarão em carregados cúmulus nimbus.

Sendo o matrimônio a expressão do amor, por definição é um grande romance. Mas é também uma grande aventura, pois o casal se predispõe a enfrentar, juntos, um futuro desconhecido.

Cada cônjuge desconhece a si mesmo, não apenas por ser árido o costume de se auto-examinar com franqueza, mas também porque estará aportando novos papéis dentro do matrimônio que nunca vivenciou. Seguramente desconhece o cônjuge plenamente. Não exageraríamos se afirmássemos que uma vida inteira não seria suficiente para um conhecimento parcial do outro. Menos ainda tem o casal idéia de quais serão as circunstâncias que hão de vir.

A dinâmica da vida se encarrega de fazer de qualquer romance uma grande aventura.

Mas há quem não goste do desconhecido, e por isto permeia a própria vida na rotina. Busca a todo o custo evitar surpresas através da repetição de comportamentos. Tenta condicionar as suas ações, e as de quem o rodeia, em um modelo predeterminístico.

Evita-se novidades, o que significa que estaria satisfeito consigo mesmo e com o cônjuge. Por este motivo repudia melhorias pessoais e mútuas. Sente ciúmes e receio do cônjuge quando este busca alargamento interior. Ciúmes pelo outro estar se aventurando em um mundo alheio ao casal, que nada mais é do que a sua própria intimidade. E receio de que o outro se sinta atraído pelo que desconhece, e de perdê-lo... o que não deixa de ser um contra-senso... pois normalmente o crescimento interior tem como conseqüência um maior grau de auto-conhecimento, o que traz maior estabilidade emocional e fortalecimento dos vínculos de que é responsável.

Naturalmente todos buscam segurança frente ao desconhecido.

Este é um dos motivos pelo qual é tão importante que, durante o namoro, o casal acerte previamente alguns assuntos da vida de casados. Esta conversa sobre os fundamentos do matrimônio é muito útil para o conhecimento das disposições de cada um frente ao futuro. Não significa que este está predeterminado, mas sim que ambos têm delineado um projeto comum. Projeto este que quando for erigido eventualmente sofrerá mudanças, mas que serão redirecionadas a dois!!

Se fosse um eterno mar de rosas, a vida seria monótona e sem graça. A dificuldade força a auto-superação. O casal cresce em solidariedade e em valores quando enfrenta junto à adversidade.

Quem vive o matrimônio como uma aventura, é capaz de aceitar e dominar novas situações, apoiando-se no outro. E o paradoxo é que o próprio ponto de apoio está também em contínua mudança. Podemos concluir que o apoio de cada cônjuge está não apenas no outro, mas em ambos, na confiança que um nutre ao outro.

Se magnânima, a vida matrimonial é muito mais do que um caloroso romance, é uma estimulante aventura vivida a dois.



André Pessoa é pai de seis filhos, Mestrado em Orientação Familiar por Navarra, ministra cursos e palestras de Educação de Filhos desde 1995; Graduado pelo IME (Engenharia), Pós-Graduado pela PUC (Administração), FGV (Contabilidade Gerencial), ISE (Programa de Treinamento de Executivos) e Navarra (Orientação Familiar); Consultor da Accenture.
e-mail: andre.v.pessoa@gmail.com


casal de enamorados

 

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