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Tendências globais na família: Aumenta a pressão
John Flynn

ROMA, 11 de fevereiro de 2007 (ZENIT.org).- Dados recentes mostram que o matrimônio e a vida familiar estão sofrendo pressões em diversos países. Nos Estados Unidos 51% das mulheres em 2005 afirmavam não ter marido, segundo o New York Times de 16 de janeiro. Os números eram de 49% há cinco anos.

A porcentagem de mulheres casadas que vivem com seu marido varia segundo a etnia. Citando dados da Oficina do Censo, o artigo afirmava que somente 30% das mulheres negras diziam viver com seu marido, em contraposição de 60% das mulheres asiáticas. No meio termo estão as mulheres hispânicas, com 49%, e as mulheres brancas não hispânicas, com 55%.

As estatísticas levam em conta as mulheres com mais de 15 anos, que somam 117 milhões. Deste total, 63 milhões estão casadas. Este número cai, no entanto, até 57,5 milhões quando se leva em consideração o número de mulheres separadas ou o daquelas cujos maridos não vivem em casa.

Esta afirmação do artigo do New York Times depende, não obstante, de como se interpretam as estatísticas. No grupo das mulheres sem maridos se incluem aquelas que têm esposos trabalhando longe de casa, e os que são militares. Ademais, ao incluir todas as mulheres com mais de 15 anos, o número de não casadas aumenta devido às adolescentes, que normalmente se espera que se casem no futuro.

A situação é pior na Inglaterra, segundo dados publicados no ano passado. Atualmente, na Inglaterra e em Gales há mais mulheres solteiras, divorciadas e viúvas que casadas, segundo a Oficina Nacional de Estatística (ONS), informava o Telegraph em 19 de dezembro.

Os dados revelam que, entre 1996 e 2004, o número de mulheres divorciadas e solteiras subiu em um milhão e meio. Segundo a ONS, em 2003 havia 11 milhões de mulheres casadas, em comparação com as 10,89 milhões de solteiras, divorciadas ou viúvas. Os números mudaram no ano seguinte. Em 2004 os dados oficiais mostram que o número de mulheres casadas caiu até 10,93 milhões, enquanto que o de solteiras, divorciadas ou viúvas subiu até 11,9 milhões.

Os jovens, especialmente as mulheres, cada vez adiam mais o matrimônio. No início dos anos 70, informava o artigo do Telegraph, 85% das mulheres se casavam antes dos 30, em comparação com as estatísticas atuais que mostram que menos de 33% das mulheres estão casadas antes dessa idade.

O índice de gravidez na adolescência também é muito alto na Grã-Bretanha. Segundo um estudo publicado no ano passado pelo Trust for the Study of Adolescence, uma das razões poderia ser que as meninas adolescentes vêem o fato de tornarem-se mães como uma alternativa ao permanecer na escola, ou ligam-no à possibilidade de trabalhar em um posto de baixo salário.

Informando sobre o estudo em 16 de julho, o periódico britânico Independent indicava que o estudo desafia a idéia de que a gravidez na adolescência se deve à ignorância sobre a anticoncepção.

De fato, os nascimentos entre adolescentes estão estreitamente relacionados a fatores socioeconômicos, com 10 vezes mais adolescentes mães entre as famílias de baixa renda que entre as que têm uma situação econômica saneada. Os resultados do estudo se baseiam em entrevistas com mães dentre 13 e 22 anos que vivem em seis zonas empobrecidas da Grã-Bretanha. O Independent observava que os benefícios sociais para as mães adolescentes custam ao governo britânico centenas de milhões de libras ao ano.

Estancamento nos matrimônios

No Canadá o número de matrimônios tem se estancado, segundo dados publicados pela agência governamental Statistics Canada em 17 de janeiro. O organismo informava que em 2003 o total de casais que se casaram foi de 147.391. O número foi somente de 653 a mais que no ano anterior e somente 773 a mais que em 2001.

Statistics Canada informava um índice de matrimônios de 4,7 por cada 1.000 pessoas em 2003. Indicava que era um índice muito mais baixo que o dos Estados Unidos, que têm 7,5. O índice mais baixo de matrimônios tem sido o da província de Quebec, com 2,8 por 1.000. O informe afirmava que isto se deve em parte ao alto número de coabitações entre os casais. Os dados do censo de 2001 indicavam que em Quebec 29,8% de todas os casais são relações de fato, ou seja, que moram juntos.

As estatísticas de 2003 também mostravam que os solteiros seguem adiando o matrimônio. No Canadá (excluindo Ontário), a idade média das pessoas que se casam pela primeira vez foi de 30,6 para os homens e 28,5 para as mulheres. Comparada com a situação de 30 anos atrás, a média de idade para o primeiro matrimônio tem subido cinco anos em ambos sexos.

A vida familiar também oscila na França, observava um artigo publicado no Washington Post em 21 de novembro. Em 2004, o último ano em que há números disponíveis, o índice de matrimônios na França foi de 4,3 por cada 1.000 pessoas. Os únicos países com índices mais baixos que o da França foram Bélgica, com 4,1, e Eslovênia, com 3,3, observava o artigo.

Os nascimentos fora do matrimônio superam a metade do total, somando 59% de todos as crianças francesas primogênitas nascidos em 2005.

A informação da Irlanda também revela problemas para as famílias ali. Segundo um artigo publicado pelo site www.catholicireland.net em 4 de novembro, o rápido crescimento em riqueza e prosperidade do país nos últimos 15 anos «está em paralelo com aumento do índice de divórcios, taxas de natalidade mais baixas, e o aumento do número de crianças nascidas fora de matrimônio».

Os dados publicados sobre o país no Central Statistics Office Yearbook para o ano 2006 revelavam que o número de pessoas separadas (incluídas as divorciadas) aumentou de 87.800 em 1996 a 133.800 em 2002. O divórcio se legalizou em 1997.

O número de casais de fato, todavia baixo com relação a outros muitos países, tem mais que dobrado. Os casais de fato somaram 8,4% de todas as unidades familiares em 2002, acima dos 3,9% de 1996. Os nascimentos fora do matrimônio também aumentaram, alcançando 32% de todos os nascimentos em 2005, em comparação com 25% de 1998.

Vantagens do matrimônio

O declive da vida matrimonial tradicional tem lugar em um momento em que os estudos seguem confirmando as vantagens de famílias casadas estáveis, tanto para os pais como para os filhos. Um estudo publicado em maio de 2006 na revista Demography observava que os casais de fato tendem a ser de breve duração, com cerca da metade chegando a seu fim em menos de um ano.

Além disso, os casais de fato não costumam ser um passo antes do matrimônio, especialmente entre as mulheres com baixas rendas, posto que nos seguintes cinco anos somente se casará um terço de ditos casais.

Estar casado ajuda a viver mais, informava o periódico Scotsman em 10 de agosto. Um estudo de quase 67.000 adultos descobriu que aqueles que nunca se casaram têm uma probabilidade maior de sofrer de uma morte precoce.

O estudo, de Robert Kaplan e Richard Kronick da Universidade da Califórnia, foi publicado no Journal of Epidemiology and Community Health.

Descobriram que as vantagens do matrimônio não podiam explicar-se pelos hábitos pessoais, como fumar ou beber. Afirmaram que o isolamento social poderia ser o culpado.

Um estudo de 20.000 australianos também encontrou grandes vantagens para o matrimônio, informava o periódico Sydney Morning Herald em 12 de abril. O estudo levado a cabo por investigadores da Universidade de Melbourne descobriu que uma vida familiar estável conduz a uma melhor educação, a uma maior riqueza no lar, e freqüentemente é uma melhor oportunidade para que os filhos cresçam e tenham relações mais felizes eles mesmos.

Leah Ward Sear, presidenta do Tribunal Supremo de Georgia, também defendia o matrimônio, em um artigo de opinião publicado pelo Washington Post em 30 de outubro.

Alguns especialistas em legislação familiar, observava, sustentam a necessidade de leis que apóiem "uma ampla variedade de formas familiares". Não obstante, baseando-se em sua experiência judicial, Sears comentava que a forma tradicional de matrimônio "se tem associado sempre a um impressionante e amplo arsenal de frutos positivos tanto para as crianças como para os adultos".

Os conflitos legais por motivo da ruptura familiar são altíssimos, acrescentava Sears. Na Georgia, os casos de relações domésticas somam atualmente 65% de todos os casos do Tribunal Supremo. Isto não somente impõe uma pesada carga para os recursos judiciais e do governo como também é uma "tragédia" para as crianças.

"Aceitar o declive do matrimônio como inevitável significa abandonar muitos de nossos filhos", concluía Sears.


imagem: família sobre pressão

 


 

Fonte: Agência ZENIT - ZENIT.org

Publicado no Portal da Família em 28/01/2008

 

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