Portal da Família
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Idosos: são "um saco"? |
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Nossa sociedade pregou na blusa ou no suéter dos idosos uma etiqueta: "fora de moda, inútil, não serve pra nada". Por que não protestam? Acaso não merecem um mínimo de gratidão e consideração da nossa parte? Sem dúvida, a juventude deles ficou muito longe no passado, e já não têm forças para organizarem uma greve ou um golpe de estado. Vêem-se obrigados a se resignar e agüentar, pois não passam de anciãos. Que prêmiozinho, esta palavra! Às vezes não nos conformamos com isso e os despachamos para um asilo, para que não perturbem nem nos molestem mais. "São um fastio", diria o elegante de plantão. Talvez nos tenhamos esquecido de que Goethe terminou seu segundo "Fausto" aos oitenta e três anos de idade; de que Verdi compôs o seu "Te Deum" aos oitenta e cinco anos; de que Tiziano pintou a "Batalha de Lepanto" aos noventa e cinco; de que o ficcionista Juan Rulfo escreveu sua obra-prima, "Pedro Páramo", aos setenta anos, de que dom Pepe, Jacinto e Ramón e ... tantos outros exemplos.Aplique umas gotinhas de otimismo às suas considerações sobre a velhice e vai ver que maravilha representa cada ancião e cada anciã para a humanidade. Até agora você vinha passando ao longe e ao largo deles, sem lhes prestar atenção, sem valorizar a carreata de traços dignos de admiração, gratidão e aplauso que os acompanha no ocaso da vida. Fixe sua atenção nesses traços, ao menos por uns momentos. A experiência de vida os enriqueceu, a muitos deles, de sabedoria, de bom senso e de profundidade em seus juízos de valor. Com o passar dos anos eles se converteram em modelos de fidelidade ao amor, para tantos e tantos matrimônios destruídos ou a ponto de sucumbirem. O tempo lhes ensinou a não dar tanta importância ao fugaz e passageiro, e a pensar mais na eternidade, na alma, em Deus. Como assinalou Cabodevilla no seu livro "32 de dezembro": "Há uma porção de coisas muito apreciadas, às quais o tempo acrescenta valor: a prata, os violinos, o couro, as pipas, a madeira, o tabaco, os barris, a amizade". E a vida do ser humano? Não nos teríamos equivocado ao despachá-los para um asilo, ao repetirmos uma e outra vez: São "um saco"? |
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Fonte: www.familia.cl |
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Publicado no Portal da Família em 17/02/2009 |
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