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Auto-avaliação das virtudes humanas

COMPREENSÃO

Descrição operativa (como funciona)

"Reconhece os distintos fatores que influem nos sentimentos ou no comportamento de uma pessoa, e aprofunda no significado de cada fator e em sua inter-relação e adequa sua atuação à essa realidade".
Vamos considerar o tema da compreensão dentro das relações pessoais. A descrição operativa não faz referência às conseqüências de haver chegado a compreender o outro. Mas está claro que se chegar a captar os distintos fatores que influem no estado de ânimo, ou no comportamento de outra pessoa, será mais fácil ajudá-la a melhorar em um sentido muito amplo. Inclusive, nada mais que sentir-se compreendendo pode ser uma ajuda importante em algum momento.

A MANEIRA PESSOAL DE VIVER A COMPREENSÃO

1. Reconheço que devo educar a cada filho/aluno de uma maneira diferente, porque cada um é diferente. Portanto, necessito conhecer e compreender a cada um.

(Se entendo que convém tratar todas as crianças da mesma maneira, a compreensão não tem nenhum sentido. Às vezes, este tipo de atuação igualitária é inconsciente).

2. Tento estar nas melhores condições possíveis para compreender aos demais.

(Por exemplo, se um educador está muito preocupado por algum tema pessoal, seguramente não poderá prestar a atenção adequada ao outro).

3. Escuto, observo e falo com outras pessoas com o fim de captar uma informação adequada com respeito a meus filhos/alunos.

(Compreender significa, em primeiro lugar, conhecer. E não somente as atuações ou condutas, mas ir atrás para indagar sobre as causas das condutas manifestas).

4. Intercâmbio meus pontos de vista com meu cônjuge e com o professor, com o fim de conseguir uma visão objetiva e evitar possíveis preconceitos.

(A compreensão requer manter-se em dia com a informação. É possível que a compreensão fique limitada por haver adotado uma visão rígida da situação de algum jovem).

5. Pensei em quais critérios quero utilizar para conhecer os jovens. Portanto, fixo-me no que é importante e não no que é secundário.

(É possível que a compreensão fique limitada porque só nos interessa saber se o jovem é ordenado ou não, por exemplo, sem ter em conta se ele atua de uma maneira generosa ou se é bom amigo).

6. Tento colocar-me no lugar dos jovens com o fim de ver as coisas desde seu ponto de vista.

(Isto é o que se chama de compreensão empática. Algumas pessoas o conseguem com maior facilidade que outras. Mas sempre convém tentá-lo).

7. Em geral, mostro meu interesse por meus filhos/alunos de tal maneira que reconhecem que são importantes para mim.

(A manifestação da compreensão é importante para que o outro se sinta compreendido. Será mais fácil conseguir este resultado se existe habitualmente uma preocupação manifesta neste sentido).

8. Mostro minha compreensão com gestos - sorrisos, com os olhos - e explicando o que estou compreendendo da situação para que o jovem entenda que compreendi.

(Não basta compreender. É necessário manifestá-lo também).

9. Mostro meu respeito pelos jovens, sem pretender invadir sua intimidade, e sabendo esperar pacientemente para que eles se abram).

(As vezes não se pode correr no processo de compreensão. Saber esperar até que o jovem esteja disposto a abrir-se é precisamente uma mostra de compreensão).

10. Busco o momento oportuno para atuar a favor de um jovem sabendo que a compreensão pode significar coisas muito diferentes.

(Por exemplo, depois de uma reprovação em um exame, segundo as circunstâncias, compreender pode significar calar-se, chamar-lhe a atenção, animar-lhe, escutar-lhe ou simplesmente estar perto).

A EDUCAÇÃO DA COMPREENSÃO

11. Ajudo os jovens a conhecer-se em algum grau, especialmente quanto a seu caráter, com o fim de poder confiar em suas próprias possibilidades.

(Um jovem que não está seguro de si próprio nunca estará em condições de prestar atenção às necessidades dos demais e compreendê-las).

12. Ajudo aos jovens a desenvolver sua capacidade de escutar, de observar e de atender aos demais.

(São as capacidades básicas necessárias para se conhecer aos demais. Uma vez conhecido, se pode passar à compreensão).

13. Ajudo aos jovens a refletir sobre seus próprios problemas com o fim de superá-los e esquecer-se deles e, assim, poder dedicar-se aos demais. Também lhes ajudo a descobrir que preconceitos podem ter com respeito a seus colegas.

(Os adolescentes ficam muito afetados por problemas de tipo afetivo. Neste situação tendem a exagerar negativamente sua percepção dos demais).

14. Ajudei aos adolescentes a descobrir os sentimentos e estados de ânimo dos demais.

(De fato se pode ajudar a desenvolver esta capacidade desde pequenos. Bastará fazer perguntas como "se fizer isto como se sentirá sua mãe"? ou "pensou em como pode sentir-se seu amigo agora que seu pai faleceu"?).

15. Ajudo aos jovens a descobrir as diferenças de caráter, inteligência, sensibilidade, etc. entre seus irmãos e seus colegas no colégio.

(Compreender significa reconhecer diferenças. Porque as pessoas somos diferentes, é necessário fazer o esforço da compreensão e atuar congruentemente).

16. Depois de diferentes acontecimentos ou condutas, ajudo aos jovens a indagar sobre as causas dos mesmos.

(É simplesmente o costume de pensar: "por que será que ele me disse isto"?, por que fez isto"?).

17. Tento conseguir que os jovens sejam empáticos, colocando-se no lugar do outro e vendo as coisas a partir de seu ponto de vista.

(Não é fácil, nem para um adulto. Entretanto, vale a pena sugerir, raciocinar, e chamar a atenção, com o fim de que vejam que existem outros pontos de vista que não coincidem com os próprios.

18. Informo aos jovens para que saibam que se trata de adaptar-se a cada pessoa e a cada situação.

(O que fizeram um dia para um colega, não necessariamente é o que é preciso fazer hoje para outro).

19. Em geral dou bom exemplo, tentando compreender aos demais sem preconceitos e sem rigidez, de tal maneira que os jovens se comportem da mesma maneira.

(Interessa conseguir que os filhos/alunos se preocupem pelos demais tendo detalhes para com eles em muitas circunstâncias diferentes).

20. Tento conseguir que os jovens compreendam cada vez melhor a sua mãe, a seu pai ou a seu professor.

(O apoio mútuo entre os educadores pode ajudar muito a descobrir aos jovens os motivos que tem cada um para atuar de maneiras que lhes podem parecer inadequadas).

 Como proceder à auto-avaliação


No texto encontram-se uma série de afirmações para reflexão, divididas em duas partes:

1) o grau em que se está vivendo a virtude pessoalmente .

2) o grau em que se está educando aos alunos ou aos filhos na mesma virtude.

Com respeito a cada afirmação, situe a conduta e o esforço próprio de acordo com a escala:

5. Estou totalmente de acordo com a afirmação. Reflete minha situação pessoal.
4. A afirmação reflete minha situação em grande parte mas com alguma reserva.
3. A afirmação reflete minha situação em parte: Penso "em parte sim e em parte não".
2. A afirmação realmente não reflete minha situação ainda que seja possível que haja algo.
1. Não creio que a afirmação reflete minha situação pessoal em nada. Não me identifico com ela.

Podem-se comentar as reflexões próprias com o cônjuge ou com algum companheiro e assim chegar a estabelecer possíveis aspectos prioritários de atenção no desenvolvimento da virtude a título pessoal ou com respeito à educação dos filhos ou dos alunos. É provável que se descubram muitas possibilidades de melhoria, mas trata-se de selecionar nada mais que uma ou duas, com a finalidade de tentar conseguir a melhora desejada.

As reflexões apresentadas não esgotam o tema, mas dão um ponto de partida para uma auto-avaliação.

 

Extraído do livro "Auto-avaliação das virtudes humanas", de David Isaacs.


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