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Bloodymoney, o filme que denuncia a indústria do aborto

Você já pensou por que será que muitas pessoas e organizações se empenham tanto, e investem muito dinheiro, para espalhar a legalização do aborto pelo mundo? E o que você pensaria se descobrisse que há muita gente interessada em fazer com que cada vez mais jovens, nossos filhos e filhas, se vejam na situação de uma gravidez inesperada?

Algumas dessas razões, e essa e outras denúncias, são expostas em "Bloodymoney - Aborto Legalizado", um impressionante filme-documentário de produção modesta (custou meros US$ 300 mil) que conta com a participação da Dra. Alveda King, sobrinha do líder negro Martin Luther King (1929-1968), um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, e no mundo, com uma campanha de não violência e de amor ao próximo.

O filme, que estreou no Brasil em 5 de novembro, traz também depoimentos de médicos, cientistas e outros profissionais da área, e mostra o drama das mulheres e os aspectos científicos e psicológicos ligados ao aborto.  Mostra como as estruturas médicas disputam e tratam sua "clientela"; aborda também os métodos aplicados pelas clínicas e o destino do "lixo hospitalar", tudo de forma muito realista.  

O filme mostra como a exploração da legalização do aborto tornou-se uma fonte de grandes lucros para muitas pessoas e organizações, em vários países, como nos Estados Unidos (EUA), onde o aborto é legalizado. Os planos de saúde, clínicas e alguns profissionais da classe médica, entre outros, envolvem-se em um trabalho que adentra as escolas, bairros de pessoas de baixa renda e até as próprias universidades em busca de manter a sua lucratividade na oferta de abortos rápidos e baratos. A Planned Parenthood, uma das principais organizações pró-aborto, por exemplo, estrategicamente monta clínicas nas proximidades das escolas. Aulas de educação sexual também são usadas para contribuir com a indústria do aborto. Tudo é explicitado no filme.

A indústria do aborto é especialmente prejudicial para a minoria negra, como mostra a Dra. Alveda, ativista do movimento Pró-Vida e uma defensora das minorias de seu país, e que tem participado de diversos atos públicos, entrevistas, assim como também marca a presença em documentários, filmes e séries de televisão que expõem os dramas dessas comunidades nos Estados Unidos.

"O que mais impacta em Bloodmoney é o seu caráter existencialista que se deflagra através dos depoimentos de dezenas de mulheres que praticaram o aborto e, de forma irreversível, lidam com os seus dramas íntimos - as dores do corpo, da alma e da consciência. Além das marcas físicas, a devastação psicológica do sentimento de culpa ( Pedro Martins Freire, crítico de cinema [1]). Impressiona também o depoimento de pessoas e médicos que participaram ativamente da indústria do aborto, até mesmo enganando possíveis "clientes", e que hoje se mostram arrependidos.

Ao deixar a religião de lado, o filme tenta afastar a acusação de panfletário ou tendencioso e abre espaço para uma avaliação no campo humano. No choque da perplexidade a reflexão se impõe como a única saída.

Perplexidade. À primeira vista, sem dor e nem piedade. É este o efeito que "Bloodymoney - Aborto Legalizado" provoca no espectador. O resultado é vê-lo lançado numa necessidade imediata de reflexão sobre a questão.

"Bloodymoney" não é um daqueles filmes edificantes ou condenatórios. Há uma exposição jornalística do tema e a revelação do outro lado até agora inexplorado: a próprio aborto. Consequências. Sim, em qualquer ação de livre-arbítrio há sempre uma ou várias consequências, lei natural da existência. Está no filme. [1]

O tema no cinema

Há destaques para documentários como "Maafa 21" (2009), de Mark Crutcher, que revela as práticas implantadas contra os negros e que perduram até a atualidade; "Life Happens" (2010), de Ashley Greyson, sobre as mães e filhos que escaparam do aborto; e "Runaway Slave" (2012), de Pritchett Cotten, sobre a comunidade afro-estadunidense explorada praticamente de forma escravagista, além de duas séries de televisão, "Walk for Life West Coast" (2008) e "Just in with Laura Ingraham" (2008).Já filmes como Bella e Bebês de Outubro apresentam boas estórias que tocam no tema.

No Brasil

O tema está em ebulição no Brasil, onde a militância pró-aborto, com apoio de organizações estrangeiras, está cada vez mais atuante. Nada menos do que 34 projetos foram registrados no Congresso - e estes foram limitados a nove. Todos pedem a legalização do aborto sob as mais diversas situações - má formação congênita, anencefalia, estupro, pedido pessoal da mãe, etc. Há até um projeto - apelidado de "Bolsa-Estupro" - que sugere o pagamento, durante 18 anos, para a mãe que não pratique o aborto em casos de gravidez gerada por estupro. A ação, polêmica, visa reduzir o número de abortos.

Em 4 de julho passado, em uma ação de "regime de urgência" do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, do PMDB, cujo tramite durou apenas dois meses e sem qualquer pedido de emenda, o Congresso aprovou o Projeto de Lei 60/1999, renomeado Projeto de Lei Originário da Câmara, ou PLC 3/2013, o qual praticamente legaliza o aborto, que agora só aguarda a aprovação da presidente Dilma Roussef.

Em outra frente, o Estatuto do Nascituro procura estabelecer a proibição do aborto em qualquer situação, mesmo quando a gravidez envolve riscos de morte para a gestante. Não apenas religiosos, grupos feministas e ateus envolvem-se em argumentações sobre o direito ou não da prática (ou à vida, daqueles que ainda não podem argumentar), quando a existência humana é a maior razão do sentido de humanidade.

O coordenador nacional de comunicação do Movimento Cidadania pela Vida, Brasil sem Aborto, Luis Eduardo Girão, que comprou os direitos autorais para exibição do filme no Brasil, destaca ainda que, apesar de mais de 70% da população brasileira ser contra a legalização do aborto, conforme pesquisa dos principais institutos do país, "o tema gera polêmica e causa grande interesse". Por isso, ele espera que a obra provoque repercussão e leve a um debate maduro sobre o assunto.  

"Estou certo de que as dúvidas que estão aparecendo na cabeça do nosso povo têm sua origem numa campanha que existe a favor do aborto e que estão sendo impostas de uma forma bem sutil. Esta campanha está criando em nossa sociedade a cultura do aborto... O aborto não é terapêutico, não cura a criança nem resolve o problema da mãe, ele elimina a criança", afirmou padre Mário Marcelo Coelho, scj.   doutor em teologia moral.


Mais informações:

Bloodmoney - Aborto Legalizado (Bloodmoney, EUA, 2010), de David K. Kyle. 80 minutos.

Classificação: 14 anos.

Site Oficial do filme: bloodmoney.com.br  

Trailer do filme: www.youtube.com/watch?v=rRAXrLliZuc

Doutor em Moral faz análise do documentário

Saiba mais sobre o Aborto na Seção Vida do Portal da Família

Referências

[1] Pedro Martins Freire, crítico de cinema. Leia mais em blogs.diariodonordeste.com.br/blogdecinema  

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1338812

[2] Comentário no site Canção Nova

http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=290304


Publicado no Portal da Família em 27/11/2013

cartaz do filme Blood Money

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