As roupas não devem refletir a moda, mas sim o que a mulher é, a sua personalidade

Apaixonei-me pelo mundo da beleza quando era criança. Tinha sete anos quando descobri a maquiagem na antecâmara de minha mãe, aos dez o mundo dos concursos de beleza e moda e dezesseis quando ingressei no mundo da moda, pretendendo ser uma profissional da beleza, ensinando às jovens e mulheres a destacar o melhor de si próprias.

Uma das obras literárias que causou mais impacto em mim quando estava no colegial foi o romance Marinela, do escritor Benito Pérez Galdós.

O conceito da beleza feminina

Marinela tinha ficado deformada por causa de um acidente sofrido na infância. Ela cuidava de um cego que via nela a beleza interior, esse tipo de beleza que faz com que cada um brilhe com luz própria de uma forma única e original. O cego vivia apaixonado da beleza de Marinela. O escritor tem como objetivo mostrar ao leitor uma verdade contundente que infelizmente não é comum hoje em dia, pois vivemos em uma época em que a aparência é o essencial.

Aprender a se aceitar e a se sentir à vontade com a aparência é um requisito indispensável para o desenvolvimento da personalidade, pois esta se desenvolve de acordo com a relação que cada um tem consigo. Essa relação é a que faz com que alguém seja alegre ou amarga, aberta ou fechada, segura ou insegura. A personalidade de cada mulher vai sendo forjada na medida em que ela conhece melhor os seus talentos, habilidades e as suas debilidades e defeitos. Devemos ressaltar que o desenvolvimento da personalidade não acaba nunca, que é uma renovação diária e uma maravilhosa viagem ao longo da vida. Por que é tão importante? Porque na medida em que cada um se conhece, desenvolve um estilo próprio em relação à moda.

A moda

Diga-me como te vestes e te direi quem és parece-me uma frase para ir concluindo este artigo. Cada mulher expressa por meio da roupa o que é ou o que gostaria de ser. A Diretora do Instituto Superior de Estilo e Moda, Covadonga O´Shea, diz:“O que usamos reflete mais sobre nós mesmos do que a nossa carteira de identidade, pois indicamos a nossa personalidade, expressamos a nossa criatividade e o nosso senso de humos”.

Como disse anteriormente, a importância do auto conhecimento é um pré-requisito, pois encontrar o próprio estilo ou elegância própria obedece a uma evolução pessoal lenta e profunda. È por isso que quando a mulher é jovem experimenta tudo, e pela sua idade pode dar-se a esse luxo, pois não possui uma personalidade definida. Por isso, a verdadeira elegância e marca pessoal chega com a maturidade.

Infelizmente, há mulheres que nunca amadurecem e seguem a moda das pessoas de vinte anos quando têm quarenta ou cinqüenta. Quando a mulher conhece a si mesma, os seus complexos vão desaparecendo e começa a se vestir de acordo com a sua verdadeira personalidade, chegando ao ponto de dizer: da moda, o que a mim se adapta.

Dicas

1- Conhece bem os teus pontos fortes, realce os positivos e esconde as imperfeições

2- Aprende a olhar-se no espelho com carinho e com objetividade e aceite a aparência que tem, não a que gostaria de ter.

3- Seja natural. Prefere que te lembrem pelo teu sorriso, amabilidade e dom de convivência e não pelo que veste.

4- Anime-se a desafiar as leis da moda, não se exale porque está na moda e todas as amigas estão usando. Use se está dentro do seu estilo de vida e se acomoda e ajuda a definir a tua personalidade.

Sheila Morataya é estilista e consultora de beleza do site espanhol Mujer Nueva (www.mujernueva.org).

Tradução: Eduardo Gama (emfoconoticias.blogspot.com).