Portal da Família
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A Idade de Ouro |
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André Pessoa |
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Vivem os pais deitados em berços esplêndidos. Mas não eternamente como canta o Hino Nacional. A sabedoria do processo de maternidade / paternidade é incontestável. Nove meses para conhecer o rebento, dois anos balbuciando palavras, seis anos para desenvolver raciocínio lógico. Deus nos proporcionou tempo de sobra para nos acostumarmos à idéia de sermos pais, e para nos prepararmos adequadamente para esta tarefa. A pessoa está em contínuo aprendizado. Nos primeiros anos de vida, as crianças estão se desenvolvendo principalmente nas esferas biológica e afetiva, e se tornam especialistas nestas duas áreas. Por isto aprendem muito cedo como conseguir de seus pais o que querem. A esfera noológica começa a se desenvolver na idade da razão, mas fica oculta por muitos anos. Quando se manifesta, a pessoa se percebe distinta das demais, descobre que dentro de si leva um tesouro. Noológico... é um termo que os estudiosos utilizam para evitar a palavra "alma". Mas o que é o ser humano senão corpo (biológico e afetivo) e alma? Quando a pessoa descobre a sua alma, entra em crise... a tão falada (e explorada) crise da adolescência... quando as crianças ficam impossíveis... e os pais também!! Mas isto acontece somente por volta dos doze anos!! O que fizeram os pais até este período? Dormiram em berços esplêndidos? A criança até os doze anos de idade é tão receptiva ao que os pais falam, que é conhecida como a idade de ouro. É claro que não significa que as crianças ouvem seus pais, e lhes são ordenadamente obedientes e verazes. Significa, isto sim, que as crianças aceitam a autoridade paterna incontestavelmente, e que se deixam livremente amoldar às suas mãos, quando estas são carinhosas, firmes e bem intencionadas. A idade de ouro é o período em que os pais têm a oportunidade de desenvolver em seus filhos as virtudes básicas que irão alicerçar toda a gama de virtudes que compreende o ser humano de valor. Eis que no parágrafo anterior há referência às três primeiras virtudes que temos que ensinar aos nossos filhos até seis anos... a ordem, a obediência e a verdade. Dos seis aos doze anos há outras a serem desenvolvidas... como a fortaleza, por exemplo. E dos doze anos em diante, com o evento da descoberta de si mesmo, outras tantas virtudes que a sua estrutura já então permite, como, por exemplo, a amizade. E dos dezesseis em diante outras mais... Será que os pais calculam a responsabilidade que têm em suas mãos? Ou deixam que a criança amadureça como uma fruta esquecida no jardim? O que fazem os pais? Não há dúvida alguma que adestram bem seus filhos... nos esportes, nas línguas, culturalmente, academicamente... Mas e o caráter... educam o caráter? O que fazem os pais na idade de ouro, senão se orgulharem de si próprios! Seus filhos não dão trabalho!! ...e direcionam as próprias energias para outros assuntos pseudo-prioritários. Sentem-se os donos da cocada preta, pois seus filhos são ótimos!!! Não resta a menor dúvida de que o são, mas não por mérito exclusivo dos pais, e sim porque se encontram na idade de ouro... que está sendo desperdiçada... em berços esplêndidos. O que fazem os pais depois da idade de ouro, se não se perguntarem... " onde eu podia ter sido melhor?? O que posso fazer agora para melhorar?? Não nascemos com ciência infusa. O nosso bom senso às vezes perde o rumo, e só percebemos quando chegamos ao porto errado. Um profissional que não estuda é uma lástima... e a mesma medida se aplica aos pais auto-suficientes. Leiamos!!! Estudemos!!! Instruamo-nos!!! ... para melhor exercemos o papel que nos foi confiado, para sermos melhores pais do que somos, para tirarmos oportunamente maior proveito dos recursos que temos em nossas mãos para bem educarmos nossos filhos. |
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André Pessoa é pai de seis filhos, Mestrado em Orientação Familiar por Navarra, ministra cursos e palestras de Educação de Filhos desde 1995; Graduado pelo IME (Engenharia), Pós-Graduado pela PUC (Administração), FGV (Contabilidade Gerencial), ISE (Programa de Treinamento de Executivos) e Navarra (Orientação Familiar); Consultor da Accenture. |
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