Portal da Família
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O bebê anencéfalo e o milagre da vida |
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Eduardo Gama |
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Enquanto escrevo este artigo, Marcela de Jesus Ferreira está com oito dias de vida. Deve-a a sua mãe, Cacilda. A filha tem anencefalia e está com os dias contados desde a gestação, mas a mãe jamais cogitou abortar. Os "bem pensantes" promotores do aborto dizem que carregar um bebê
nestas condições é um sofrimento e, segundo esse ponto de vista, inútil,
como todo sofrimento. Ao jornal Estado de São Paulo, Cacilda declarou: Enquanto isso, Cacilda faz o que toda mãe que ama faria, amamenta,
cuida e diz que "cada segundo dela é precioso para mim". Afinal, quem ama
fica feliz com a existência de quem ama, não importa em quais condições e Em sua simplicidade, Cacilda sabe que um ser humano não é um amontoado de células manipuláveis em laboratório ou alguém que pode ser morto para"não causar sofrimento". Sofrer, todo mundo sofre e sofre, às vezes, muito. Contudo, como Platão diz pela boca de Sócrates no dialogo Górgias, pior não é sofrer um mal, mas causá-lo, não é ser vítima, mas algoz, pois quem comete o mal se transforma naquilo que comete, enquanto quem sofre o mal, tem a chance de engrandecer-se, como próprio Sócrates ao ser obrigado a tomar cicuta. Como não tenho a simplicidade de Cacilda, citarei mais exemplo
literário. No genial livro "Os irmãos Karamazov", Dostoievski descreve três
irmãos separados na infância e que se reencontram quando estão todos na casa Contei toda essa história porque penso que aqueles que com todo o
conhecimento médico e mesmo perante casos como esse defendem o aborto,
parecem-me comportar-se como Ivan. No ano passado, uma mãe foi autorizada a
fazer o aborto de um bebê anencéfalo. Disse o juiz: "gestação infrutífera
ora impugnada trará riscos à própria saúde da gestante, que poderá sofrer
por toda sua vida dos danos, senão os físicos, dos prejuízos psicológicos
advindos do fato de carregar nove meses criança em seu ventre fadada ao
fracasso" (Folha, 23/12/2005). Vejam a argumentação: "gestação infrutífera",
como se a vida só valesse a pena se perfeita. Além disso, quem realmente
quiser saber sobre os traumas de uma mãe, visite o site Recomendo a seção: www.rachelsvineyard.org/postabortion/stories.htm. Também deve-se pensar que o bebê anencéfalo pode ser um doador de órgãos e salvar outras vidas. Por outro lado, o livro de Dostoievski acaba celebrando a vida por
meio de Aliocha, que confia, fundamentalmente, nas crianças. |
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Eduardo Gama, professor de redação e literatura em Jundiaí e Campinas. Mestres em Literatura pela USP, tradutor, jornalista e publicitário. É autor do livro de poemas "Sonata para verso e voz" e editor dos sites www.doutrinacatolica.com.br e www.revisaoetraducao.com.br e-mail: redator@portaldafamilia.org Publicado no Portal da Família em 11/12/2006 |
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