O caso
A revista chilena Hacer Família, na edição 128, publicou um problema, infelizmente, não tão incomum entre os casais. Analisa o caso de Elisa e Alessandro, casados há um ano.
O pai de Alessandro, segundo a reportagem, depende do filho material e afetivamente devido à seqüelas neurológicas causadas pelo alcoolismo.
Devido à questão, ambos discutem. Alessandro se vê como único amparo para o pai, já que sua mãe está separada do marido e não lhe dá atenção e a irmã mora distante. Elisa, por sua parte, reclama que o marido vive em função do pai: não quer sair em férias, tem de deixar de sair com a esposa para cuidar do pai, nem compra um apartamento que ambos gostariam porque, dessa forma, ficariam longe do pai.
O que Alessandro pode fazer?
De acordo com os especialistas da revista, é louvável a atitude de Alessandro: “Contudo, uma coisa é cuidar do pai, para que não lhe falte nada e estar disponível quando necessite. Outra muito diferente é acreditar que ele é a única pessoa com quem o pai pode contar, a única fonte de afeto, o único contato humano”.
A revista aconselha que Alessandro não se veja como o único que pode fazer algo pelo pai, que este deve ter uma vida social, ter amigos: “Você tem certeza de que seu pai está melhor ficando sozinho todo dia e tendo a você como única visita?”
Concluindo, os especialistas reforçam que, de fato, Alessandro tem um dever para com o pai e ninguém o aconselharia que o esqueça. “Mas a relação com Elisa está além: “Ela sente o peso que você carrega; você também deve se sensibilizar e sentir a necessidade de ser família que ela tem.”
O que a revista ressalta é que a atitude de Alessandro é exagerada, pois ele deve compartilhar a responsabilidade que tem com pai com a irmã e tentar buscar outros meios para melhorar a vida do pai que não a sua pretensa “onipresença”. Antes de qualquer coisa, vem a sua relação com a esposa, que não deve ser negligenciada devido a um excesso de preocupação com o pai. Ajudar sim, depender não.
O que Elisa pode fazer?
A recomendação para Elisa é “antes de tudo, calma e paciência”, pois ao pressionar o marido, ele entenderá essa atitude como a confirmação de que o pai só tem a ele e a mais ninguém.
Os especialistas aconselham Elisa a dar mostras de grandeza: “Convença o seu marido a levar o pai para o cinema com vocês, a jantar fora. Você verá como ele entenderá que, embora o pai tenha limitações físicas e seqüelas neurológicas, não é um inválido, pode falar com outras pessoas e não faz escândalos.”
Por fim, recomendam a Elisa que mude o foco da conversa: o problema não está no apartamento que eles querem comprar, mas sim no bem do sogro: “O bem dele está só com o filho? Ou com a cunhada, com ela, com novas amizades que sejam um desafio social para ele?”
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