Portal da Família
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SEM MEU AMOR NADA SOU
André Pessoa |
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Cantam as canções e declamam os apaixonados ao amor de sua vida, ser aquela paixão o ar que enche seus pulmões, a sua razão de viver, o sangue que corre em suas veia e que pulsa em seu coração. O apaixonado não consegue ver seu futuro sem que o outro faça parte de sua vida. Na prática, ao fazer planos e projetos futuros, sempre tem em conta o seu cônjuge. Se conseguíssemos medir o grau de seriedade e do compromisso de um namoro, poderíamos chamar este novo aparelho de "seriógrafo"... que mediria a que ponto os planos que cada um está projetando para si incluem ou não o outro, ou se são possíveis "apesar" do outro. Frente ao resultado apresentado pelo "seriógrafo", um casal de namorados poderia concluir se valeria a pena ou não prosseguir com aquele namoro. Seguramente seria melhor para ambos, e mais útil, não consolidar uma situação sem futuro plausível. Um casal de esposos estudaria o resultado do "seriógrafo" para carinhosamente retificar a própria atitude. Se contraímos matrimônio... é saudável, para a vida a dois, que tenhamos sempre em conta o cônjuge em nossos planos. Estaremos trazendo para o dia a dia, com a perenidade de uma vida inteira e com os pés no chão, o mesmo sentimento que vivem os apaixonados... o de não conseguir pensar na própria vida... sem o outro. Enquanto este sentimento reside na emotividade, os projetos e planos futuros residem no âmbito do entendimento, do racional. Ambos estão, entretanto, fortemente interligados. O sentir-se enamorado alimenta-se avidamente das boas recordações recentes e das atuais. É, portanto, muito útil que nos empenhemos continuamente em alimentar o nosso cônjuge de pequenas atenções e carinhos que contraponham o desgaste natural do dia a dia. Neste sentido é que entra em cena o uso de todas as nossas potências intelectuais. Um dos segredos, que traz uma enxurrada de boas recordações, são as atividades em comum. Quando nos encontramos na fase do planejamento... é mais gostoso quando o fazemos a dois. Muitas conversas agradáveis acontecerão durante o planejamento. O mesmo acontecerá durante a execução. E uma vez concluído, os cônjuges ficarão ainda por um bom tempo conversando e recordando um evento ou outro relacionado àquele plano ou projeto que foi executado a dois. O ato de compartilhar algo alimenta o amor conjugal. Seja a aficção comum a um hobby, seja o ato de estudarem juntos algum assunto, seja a gerência dos recursos econômicos para a viabilização do dia a dia familiar, sejam os planos de educação dos filhos, seja o próprio ato sexual a serviço da vida, seja o prazer de cultivar amigos, ou do serviço à sociedade. A família é um projeto magnânimo, que gera momentos únicos e inesquecíveis, mas, como é natural, gera também momentos de atritos. O casal há de buscar, ainda, outras atividades a dois, que fomentem conversas sobre assuntos diversos e distintos do dia a dia. Nem que seja irem juntos ao cinema... mas há que se ter iniciativa e lançar mão da criatividade para projetos mais duradouros e que dêem oportunidade de incrementar naturalmente o grau de entrosamento dos cônjuges. Com o passar dos anos, e dos muitos projetos a dois que se colocou em andamento, este sentimento de adesão fica forte como aço. Se aplicássemos o "seriômetro" a um casal juntos já há alguns anos, não seria de estranhar que, apesar do pulsar do coração normal, e da serenidade de ambos, o aparelho acusasse "paixão ardente e incurável", pois seria uma realidade forjada no dia a dia... de que os cônjuges sintam que, sem o outro, não são nada.
André Pessoa é pai de seis filhos, Mestrado em Orientação Familiar por Navarra, ministra cursos e palestras de Educação de Filhos desde 1995; Graduado pelo IME (Engenharia), Pós-Graduado pela PUC (Administração), FGV (Contabilidade Gerencial), ISE (Programa de Treinamento de Executivos) e Navarra (Orientação Familiar); Consultor da Accenture. Publicado no Portal da Família em 25/04/2007 |
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