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Um milhão de  depoimentos sobre a marca que o aborto voluntário deixa nas mulheres

Julie Thomas e Kay Painter, promotoras da "Operation Outcry" (www.operationoutcry.org), nos Estados Unidos, buscam testemunhos na  Espanha para completar um milhão de  depoimentos sobre a marca que o aborto voluntário deixa nas mulheres.

Ambas demoraram muitos anos (24 e 16, respectivamente) antes de reconhecerem que o aborto era a causa de seus males psicológicos. Reconhecer e se reconciliar com o filho é, segundo afirmam, imprescindível para a cura. O encontro delas, em diversos países, com milhares de mulheres que abortaram confirmou mais ainda esse fato. Antes da campanha, elas deram a seguinte entrevista ao jornalista Santiago Mata, do La Gaceta:

O aborto é um episódio que a mulher tenta apagar, sem sucesso, de sua vida?

Kay: Sem dúvida trata-se de apagar, porque aqueles que lhe fazem o aborto lhe dizem que não é nada, que a sua vida vai continuar normalmente no dia seguinte. Eu tive, depois do aborto, três filhos, mas nada te ajuda a desentranhar a causa de seus males; é você mesma que tem de redescobrir tudo o que se passou.

Por que colecionar testemunhos?

Julie: Primeiro, porque para sua própria saúde, a mulher necessita contar sua história, precisa desabafar. Temos conversado com muitas mulheres que abortaram, de diversos países, como México, Israel, Romênia... O aborto é igual em toda parte, a mulher sempre sai ferida, e não se reconhece esse dano, daí este protesto que quer ser também um grito de desabafo.

E por que um milhão?

Kay: Porque queremos levar estes testemunhos à Suprema Corte dos Estados Unidos. Enquanto que um só caso, o de Roe contra Wade (N.E. - Caso judicial cuja sentença legalizou o aborto nos Estados Unidos em 1973, e que posteriormente se descobriu ser uma farsa.), serviu para legalizar o aborto, considerando-se que a criança em gestação era propriedade e assunto particular de sua mãe até o nascimento, parece que expor a realidade do sofrimento nas mulheres que abortam é muito mais difícil. Além do mais, reunimos estes testemunhos em muitos países porque pensamos que, do mesmo modo que os Estados Unidos expandiram o aborto, devemos ser nós, agora, a lutarmos para conseguir que se volte a respeitar, no mundo todo, o direito das mulheres.

Vocês esperam que se reconheça o direito à vida do não nascido (a criança em gestação)?

Julie: A ciência nos diz que o não nascido é um ser humano como qualquer um de nós, conseqüentemente, matá-lo por decisão de outra pessoa não é justo. Porém, seria inútil tornar o aborto ilegal se, antes disso, não conseguirmos mudar os corações. Daí nos dirigirmos, em primeiro lugar, às mulheres que abortaram, porque o dano que sofreram não pode ser reparado se elas não se reconciliarem com seu filho. Somente dirigindo-se a ele é possível redimir a própria culpa e alcançar a paz. Há pequenas iniciativas simpáticas que ajudam, como a destes sapatinhos de bebê que recebemos de presente de mulheres que abortaram, juntando a eles uma carta na qual dizem aos seus filhos que os amam e sentem saudade deles. São mensagens que ajudam outras mulheres a repensar sobre seu próprio aborto.

Tudo isso, entre mulheres, mas o que se passa com os homens?

Kay: Uma das maiores injustiças do aborto é que o pai não tem como evitar a morte de seu filho, não tem nenhum direito sobre o não nascido. Isso não significa que ele não vá sofrer também de síndrome pós-aborto. Ainda que o seu papel pareça o de mero espectador, na maioria dos casos é um fator decisivo: a mulher não aborta quando se sente apoiada ou, dizendo de outro modo, se não se sente pressionada a abortar.

O aborto, como drama humano, sempre existiu; mas a que se deve sua atual expansão?

Julie: Ao dinheiro, às enormes somas que ganham os abortistas. Ocasionalmente procura-se disfarçar esse interesse sob forma de promoção dos direitos da mulher, mas trata-se de um negócio, nada mais. Por isso adquiriu dimensões em escala industrial.

Vocês possuem dinheiro para lutar contra essa indústria?

Kay: Não, do nosso lado está a ciência... e a consciência. A ciência, apesar de saber que estamos falando de um ser humano, pode ver-se atraída pelos benefícios do aborto e do tráfico de órgãos. Por isso faz falta também a consciência.

Visite a seção Vida do Portal da Família

Fontes: http://blogs.hoy.es/ABORTONO/2008/6/10/-la-mujer-aborta-necesita-reconciliarse-con-su-hijo-para
http://www.operationoutcry.org/

Veja também:

Pioneira do aborto arrependida - http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo524.shtml

 

Publicado no Portal da Família em 16/03/2009

 

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