Portal da Família
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Análise do livro: “Ética de la hospitalidad”, de Daniel Innerarity
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Pablo Gonzalez Blasco * |
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Livro fascinante, instigador, uma aluvião de idéias que pedem desdobramento. Posto deste modo, o conteúdo é infindável, pois depende da interação do leitor, das reflexões que seja capaz de alinhavar no vácuo dos enunciados e afirmações, muitas vezes surpreendentes, sempre desafiadores. Não é um livro fácil, embora não seja de difícil leitura; talvez um livro incômodo, que dá trabalho, porque obriga a pensar, a voltar sobre as idéias uma vez e outra. Mas no final desse esforço, experimenta-se alegria, conforto, e até prazer. O gozo da descoberta intelectual como caminho percorrido pelo leitor que interage com os desafios que o livro lhe coloca. Um excelente sabor de boca que domina o paladar intelectual, e descortina novos horizontes. Afinal, tudo isso –tão simples e tão complexo ao mesmo tempo- é a construção do que o autor denomina a ética de hospitalidade. Uma postura que não diz respeito ao comportamento que devemos assumir naquilo que planejamos, mas sim naquilo que nos acontece, que entra na nossa vida sem nos pedir licença e que costuma ser o que predomina. A maior parte da nossa vida compõe-se de coisas que nos acontecem, mais do que de coisas que planejamos; estar disposto, em postura de aceitação e crescimento para essas primeiras, é o núcleo da ética da hospitalidade: uma ética do acolhimento; de pessoas, de coisas, de circunstâncias. Alguns textos que se recolhem a seguir esboçam uma idéia deste livro singular. (textos traduzidos livremente do espanhol, idioma original do livro). Os deveres dos Acontecimentos “Nossa atuação no mundo não é uma decisão soberana; parece-se a um compromisso entre o que nos vem dado e o que somos capazes de fazer com isso. O esquema típico de uma ética da hospitalidade se exprime na capacidade de dar conta das situações como damos conta na vida de tudo o que se apresenta inopinadamente, sejam pessoas ou acontecimentos (…) A identidade não é o resultado de uma ação mas da história, isto é, de um processo desenvolvido sob as condições que fogem das próprias pretensões. Ninguém deve sua existência a um ato de aprovação própria. (..) A prudência deve estar preparada para a surpresa, improvisar, quer dizer, não ser pura ação” (pg. 24-27) “Existe um tipo de saber que se aprende sofrendo, já que essa é a percepção adequada de como é a vida em semelhantes casos. Algumas pessoas alcançam esse saber sem viver situações trágicas extremas; outros se tornam piores e se endurecem após viver a experiência dolorosa; para muitos outros a boa fortuna pode ser uma desgraça e a tragédia um fato venturoso, por ser essa experiência imprescindível para reconhecer corretamente a situação e outras semelhantes” (pg. 25) “A tentativa de governar a vida eliminando a sorte, sublinhando o aspecto ativo frente à passividade, leva a desconsiderar aquelas atividades e dimensões humanas que são especialmente vulneráveis à mudança (..)A vida humana necessita equilibrar espaços de segurança com zonas de risco. Si somente houvesse os primeiros, a existências seria aborrecida; se tudo fosse um risco gigantesco, viveríamos uma amenidade que nos esgotaria” (pg. 29) Aceitação de Pessoas “Deve-se entender a liberdade como uma capacidade de envolver-se em projetos. (…) A promessa fortalece a liberdade porque amplia nossa identidade fazendo-nos mais do que somos; proporciona-nos algo análogo a uma identidade virtual que consiste em dispor agora do que seremos no futuro. Converte no agora o que ainda não somos, e fazemos uso desse futuro, implicado pela promessa e pela liberdade” (pg. 52) “A identidade e o valor não são duas coisas sucessivas, como se primeiro existíssemos e depois acrescentássemos à vida seus ingredientes morais. Se assim fosse, seria possível uma vida neutra, insípida, sem valores. Mas esse neutralismo é fictício. Viver é valorar. A identidade mesma se constrói num desdobramento que se configura de acordo com referências valorativas” (pg. 53) “O tom da reflexão frente a nós mesmos não é sempre de uma complacente aprovação, ou de pacífica neutralidade. Freqüentemente a valoração dos nossos desejos vem acompanhada de indignação, vergonha, admiração que são sentimentos muitas vezes incontroláveis (…) A liberdade somente é real quando pode ser desmentida pela realidade. A essência do aprendizado é justamente a decepção. Uma vida fechada ao imprevisto –a visita de hóspedes que quebram nossos esquemas- seria uma tautologia autista(..) Poder-se-ia enunciar um imperativo de decepção que nos faz crescer: organizar as coisas de modo que a realidade possa nos dizer que não, desmontar nossas previsões, corrigir nossos juízos e, também , fazer-nos melhores do que somos (pg. 56-57). A relevância dos ausentes O fantasma é o lugar de uma sobrevivência: do inacessível, daquilo que não podemos nos liberar e que se aproxima como tal. É um passado que não acaba de passar, que fica, não para reforçar a substancialidade do presente, mas para erodi-lo e debilitá-lo. O fantasma é o que impede ao presente –à unidade, à identidade- fechar-se sobre si; é como uma abertura. (…) A nossa civilização está completamente ocupada com o presente, um viver o instante, órfão de memória e de projeto. Um presente sem memória, que exclui o que não se faz valer na atualidade. A inimizade com os espíritos está alimentada pelo desejo de afugentar tudo aquilo que não encaixa na oposição real/irreal, presente/ausente. (..) É preciso desprender-se desse fetiche que é um presente pleno e absoluto, exercer a responsabilidade para com os ausentes, para com os espíritos e para com os seres futuros. (..) A detenção do presente fixado em si mesmo desencadeia o medo que é próprio de toda carência de memória e de previsão. Desse presente desmemoriado se apodera um medo difuso, pois não recorda nada similar nem é capaz de prever como afrontar o imprevisível. O medo é a sensação habitual de quem não tem experiência nem confiança, isto é, nem passado nem futuro. A concentração no presente torna ameaçadora qualquer dimensão que faça valer outros aspectos da temporalidade humana. O maior convocador de espíritos estranhos é precisamente quem tem a obsessão de ser unicamente um homem do seu tempo, que não sabe dever nem esperar. O espectral pertence a esse gênero de coisas que a gente expulsa pela porta e entram pela janela. (pg. 64-67). A sorte de viver bem “Não cabe uma vida feliz sem felicidade episódica, mas uma vida feliz não consiste numa corrente de episódios felizes. A distinção entre a boa vida e a vida boa pode formular-se assim: se alguém leva uma boa vida, se decide em cada situação; se, no entanto, leva uma vida boa isso se decide na história que a sua vida inteira constitui.” (pg. 90). “O caminho que vai da imaginação à decepção é um tema recorrente da experiência amorosa, que a literatura descreve continuamente. Todos têm a experiência de que quando alcançamos algo que queríamos, surge a sensação de que não conseguimos realmente aquilo que queríamos. O fenômeno da frustração após o êxito é muito significativo. Desejamos algo mais do que o cumprimento dos nossos desejos. Existe uma diferença, um saldo: isso é o que chamamos de felicidade.” (pg. 91) Limitações humanas e Perspectivas Divinas. “No encontro de Jesus fatigado com a Samaritana, o Evangelho de S. João evoca um fenômeno negativo, um signo de debilidade que testemunha a real humanidade e perfeita integridade do corpo de Jesus. A humanidade se reconhece em algo que poderia ser pensado como uma propriedade negativa; não se destaca uma atividade elevada, como o pensamento, mas uma condição de fragilidade, estar submetido à fadiga igual do que nós. Santo Agostinho chega a identificar essa fadiga, que parece pontual, com a encarnação mesma de Deus. O menos excelente do humano pode ser o mais reconhecível como humano. Santificar o homem não é santificar uma espécie biológica, mas santificar o tempo humano. A redenção da fadiga é a redenção do tempo humano. A fadiga desse dia narrada pelo Evangelho converte-se na fadiga da condição humana livremente assumida por Deus. Assumir a fadiga é também redimi-la. Mas, por que teria de ser salva a fadiga? Pois porque na fadiga o que comparece é o homem como tal, e não somente um desgaste muscular. Fazer própria a fadiga é instalar a condição humana num horizonte divino, de tal modo que o acesso ao sobrenatural não é um privilégio das propriedades mais sublimes do homem” (pg. 112). Sentido ou Sentidos na vida? “Muitas patologias da existência tem a ver com o fato de que não está bem articulada a relação entre o universal e o particular; o genérico não acaba de traduzir-se em algo determinado e o concreto aparece como algo completamente desligado do universal (…) Todo sentido comporta a aceitação de uma determinada margem, além da qual se acumulam infinitas dimensões da realidade cujo sentido desconhecemos ou não é pertinente. Posto isto, é evidente que a vida não tem sentido: o que tem são sentidos, cuja diversidade está em função da multiplicidade dos interesses humano. Os sentidos não são umas próteses que se acrescentam a uns mecanismos deficientes, nem realidades etéreas que sobrevoam atividades informes; os sentidos são a tensão específica dos afazeres humanos, sua lógica própria. (..) Uma intenção direta do sentido seria um comportamento semelhante ao que Hegel ilustra com a história de um homem que queria fruta, e somente encontrava maças, laranjas, cerejas ou peras; mas ele não queria maças, nem laranjas, nem cerejas, nem peras: queria fruta! Assim, há quem não quer trabalho, nem perder o tempo, nem dormir, nem cumprir obrigações, nem família, nem arte, nem economia…porque quer sentido! Esta personagem apressada empreendeu o caminho mais seguro para nunca encontrar o que busca. Pois o sentido que busca –como algo absoluto- somente se encontra naquelas coisas que despreza (trabalho, família, obrigações, descanso). É dentro delas onde é preciso encontrar o sentido, ou melhor, os sentidos. (..) A vida humana é um campo de provas da correta transposição do finito para o infinito. (..) A questão do sentido na vida no pode resolver-se sem viver a vida; esse é o paradoxo da fenomenologia do viver humano. Nossa vida tem sentido, porque tem sentidos. (…) Alguém se perguntava se, para Moises, tinha sido mais difícil subir ao Sinai ao encontro com Deus, ou descer depois para volver à planície, ao quotidiano e à miséria. (…) A verdade deve fazer-se vida, penetrar nos detalhes cinzas e insignificantes da existência; nunca é descoberta e compreendida de uma vez, mas deve ser posta em jogo continuamente e confrontá-la com as contrariedades do dia a dia, com aquela força que puxa para baixo, que nos faz sucumbir às vezes de modo humilhante. É mais difícil leva a verdade à planície, como Moises, sem perde-la, do que tocá-la por alguns instantes no cume do monte. (..) A origem destes desvios se encontra numa sensibilidade romântica que despreza a normalidade e suspira pelo extraordinário. A repetição mesma (que leva a rotina) não e uma qualidade que está nos objetos, mas na consciência que os percebe. Tudo parece aconselhar uma cultura das pequenas respostas de sentido”(pg. 119-125) Pluralismo e Tolerância. Já disse Stendahl: é liberal aquele que não se chateia com as manias dos outros. (..)O que precisamos são idéias para compreender as contradições do mundo, e não visões de um mundo sem contradições. A liberalidade não requer abandonar o próprio interesse ou opinião, mas abrir mão da tendência a atribuir-lhes um significado absoluto. (…) A particularidade não reconhecida é a ante-sala da intolerância. Quem quer ser exclusivamente universal e não alguém concreto converte-se numa ameaça. O universalista esquece que não existe a humanidade em geral, a universalidade não particularizada. As coisas boas somente existem de forma particular, não existe um humanismo universalista por cima das versões plurais nas quais se realiza a humanidade. (..) O melhor tributo que se lhe pode fazer a uma opinião é levá-la a sério. Opinar com seriedade é estar disposto a afrontar o descrédito, dispor-se a discutir a opinião, expor-se ao ridículo, fazer-se vulnerável. Tolerância não significa que todas as opiniões sejam igualmente respeitáveis, isto é, que não haja algumas melhores do que outras. Mas o que merece respeito é quem sustenta a opinião, porque as pessoas são melhores do que as opiniões que defendem. A liberalidade é uma acomodação produtiva da diversidade, é uma disposição cultivada para reconhecer e apreciar os valores alheios na medida em que supõem expressões da verdade e realizações do bem, dentro da pluralidade. Em sentido negativo, inclui uma desconfiança acerca das possibilidades de que o bem e a verdade se façam sempre e necessariamente valer, ao tempo que abomina o projeto de extirpar completamente o mal do horizonte humano. Um liberal também pensa que os conflitos humanos não são produto da estupidez do adversário, da sua perversidade ou cegueira voluntária, e também não espera soluções emanadas de uma imposição irracional autoritária. (..) Uma das implicações do pluralismo liberal é que existem limites inclusive para a moralidade, que o melhor não é sempre exigível a qualquer preço, que existem crueldades bem-intencionadas, que o mal não é absolutamente erradicável da história, que nossa responsabilidade é sempre limitada, que as razões morais não são esmagadoras. Encontramos ai um motivo que facilita o perdão. Os Tempos Alheios A hospitalidade é uma questão estreitamente vinculada ao respeito do tempo dos outros; não somente e até mais do que um respeito pelos âmbitos espaciais alheios. (..) A guerra dos sexos, por exemplo, tem uma significação mais temporal do que espacial, é um conflito entre a explosão e a ternura, uma tensão entre o desejo e a lealdade. Por isso não se entende bem a liberação da mulher quando apenas se aponta para constituir um espaço particular. Os mecanismos de exclusão são hoje menos ocupação do território do que apropriação do tempo dos outros, sob a forma de aceleração, impaciência ou impontualidade. Embora sem ser conscientes disso, a luta não é tanto por apropriar-se de determinados espaços, e traçar fronteiras, como por tirar o tempo dos outros, por conquistar a hegemonia do tempo. As fronteiras se criam com a velocidade, não com assentamento; e se transgridem com a aceleração, ao invés de fazê-lo com o deslocamento. (pg. 162). Ética e estética da naturalidade A experiência existencial da natureza estética é sempre experimentar um limite na previsibilidade da ação humana. A natureza não está para nós nem foi feita por nós, nem conta conosco. A sensibilidade estética frente à natureza é um prazer pelo fato de que nem tudo é obra humana. O interesse pela natureza inclui uma distância do que é humanamente realizável; os homens têm a possibilidade de visualizar além do seu círculo natural e se liberam da tendência de querer centrar neles mesmos tudo o que lhes rodeia. O aproveitamento moral da estética da natureza consiste em aprender a conveniência de medir as configurações e o sentido do mundo por algo que vai além do próprio projeto pessoal. (pg. 178-181) Sexualidade Nas relações humanas também se aprecia a característica da beleza natural, especialmente no âmbito da erótica, na peculiar fragilidade de uma relação que coloca em contato dois tempos distintos, dois sujeitos autônomos e uma beleza variável. Daí que se tenha afirmado que o controle artificial da natalidade, destrói o amor, já que se coloca a relação sexual sob um domínio de lógica e previsibilidade que permite prescindir da linguagem do desejo, da união fortuita de tempos distintos, da paciência e da imprevisibilidade, e converte o amor em algo que se faz, mais do que num cenário de um acontecimento onde o que se torna visível é um reflexo de uma base natural de relações interpessoais. O prazer sexual tem muito a ver com a perda que gozamos quando sentimos a natureza como algo distinto de nós mesmos. Se tudo está sob controle a sexualidade perde algumas das características que a assemelham à experiência de uma beleza natural, com tudo o que tem de involuntário, surpreendente e assustadoramente encantador. (pg. 185) Naturalidade no desprendimento das próprias obras A supressão do sujeito ajuda a compreender o fenômeno da emancipação do objeto, que converte a todos os artistas em aprendizes de feiticeiro, ignorantes de como recuperar o controle sobre o produzido. (…) Goethe dizia que suas obras, uma vez escritas, volviam-se estranhas. (..) Melhorar e aprender é ausentar-se progressivamente daquilo que se faz, mostrar mais e dizer menos, convencer pela vida e não pelo doutrinação. Isto tem uma grande implicação pedagógica. Um mestre é capaz de apresentar resultados durante o curso, quando os seus alunos estão sob a sua influência; mas pode ser que não saiba capacitá-los para manterem-se por si mesmos nessa altura. Wittgenstein coloca o exemplo de Mahler, cuja orquestra era excepcional quando ele a dirigia, mas perdia-se sem a sua direção. Esta estranheza e indiferença que subtrai as obras do controle do autor é o que confere seu verdadeiro significado: o dom de exprimir sentimentos e valores de outros homens, em outras situações e momentos que o autor nunca teria imaginado. (…) A paternidade das obras não é menos precária que a paternidade da carne. A boa obra de arte não é o resultado de um domínio por parte do sujeito, não é uma declaração ostentosa de propriedade, mas algo que se afasta dele; uma obra dura na medida em que pode se apresentar de maneira diversa àquela que o autor tinha concebido. Por isso dizia Tolstoi que Ana Karenina se lhe tinha escapado das mãos; e Flaubert exclamava na dor da doença mortal: Por que tenho eu de morrer quando a meretriz de Emma Bovary vive e continuará vivendo? (pg 189) Poética da compaixão A compaixão pertence a este tipo de ações como a espera, a queixa ou a lamentação, a admiração ou a adoração, onde tudo é mais passividade do que atividade. É o que podemos fazer quando parece que não podemos fazer nada. Por este motivo, se apresenta como uma lembrança permanente da nossa finitude, da contingência de tudo quanto temos entre as mãos, do inevitável de contar com eventualidades que não dependem de nós. Mostra-nos que o âmbito do nosso querer não é o mesmo que o do nosso poder. (pg 194).
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Daniel Innerarity . “Ética de la hospitalidad’. Península. Barcelona 2001. 222pgs
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* Dr. Pablo Gonzalez Blasco é Médico e Doutor em Medicina (FMUSP, 2002), Membro Fundador e Diretor Científico da SOBRAMFA – Sociedade Brasileira de Medicina de Família, e Membro Internacional da Society of Teachers of Family Medicine (STFM). É autor de diversos livros, como “O Médico de Família, hoje”, “Medicina de Família & Cinema” e “Educação da Afetividade através do Cinema”. Mantém o site "Pablo Gonzalez Blasco - Educar no Humanismo", onde publica comentários de filmes atuais e de livros, e também ensaios sobre antropologia e perspectivas éticas do quotidiano, humanização e relacionamento, educação da afetividade e das emoções. |
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Fonte: www.pablogonzalezblasco.com.br Publicado no Portal da Família em 21/06/2010 |
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