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Rebeca Batista da Silva
Coluna "Mãe e bebê, vida que segue"

O prematuro e uma vida normal

Rebeca Batista da Silva *

O comum durante uma gestação é que o bebê consiga manter-se no útero até quarenta semanas de gravidez, porém alguns fatores podem acelerar esse nascimento.

O terceiro trimestre é um momento de significativa importância, pois há um crescimento intrauterino acelerado e produção do surfactante, que é o responsável pelo amadurecimento dos pulmões na vida fora do útero.

O bebê que não consegue manter-se no útero até esse momento nasce com vários obstáculos a serem superados. O prematuro requer muitos cuidados e, muitas vezes, até um período na UTI neonatal porque não passou por esta etapa do desenvolvimento.

Estudos mostram que sete por cento dos bebês nascem antes de trinta e sete semanas de gestação. Por ter uma reserva de gordura bem menor que um bebê nascido a termo, o prematuro não pode ficar grandes períodos sem se alimentar.

O aporte nutricional é um dos fatores que influenciam no desenvolvimento e crescimento do bebê que nasceu antes do tempo. A primeira referência para os especialistas obterem uma resposta em relação ao bebê é o perímetro cefálico, depois o peso e, só então, a estatura. Porém todos estão relacionados.

Os pais de prematuros passam por diversas angústias e questionamentos. Por exemplo: Meu filho vai ser sempre pequeno? Vai ter problemas no aprendizado? Vai demorar mais que as outras crianças para andar e falar? No caso dessas dúvidas, só o tempo e cada criança responderá.

Os problemas mais comuns nos prematuros são os respiratórios, pois os pulmões não amadureceram o suficiente para trabalharem sozinhos, as infecções (prematuros são muito mais suscetíveis a bactérias e vírus), e os do aparelho digestivo como a enterocolite necrosante. A parte sensorial e motora está mais relacionada com a idade gestacional do que com tais problemas.

É fundamental que os pais que possuem bebês internados em UTI estabeleçam uma relação de confiança com os profissionais que estão cuidando do seu filho, sentindo-se à vontade para que, assim que possível, aprendam a dar os cuidados necessários e também perguntem e tirem todas as dúvidas. Sabendo que também precisam cuidar de si próprios para poderem cuidar bem do bebê, é importante descansar, ir para casa no caso de terem outros filhos, não deixando de dar atenção ao que está internado.

É necessário um acompanhamento profissional até os dois, três anos de vida e a cada seis meses levar o bebê ao oftalmologista, pois os prematuros podem ter problemas visuais também.

Os pais são os responsáveis por esse acompanhamento, e é importante que tenham consciência para que, se houverem, os problemas sejam detectados precocemente e assim o ex-prematuro tenha uma vida normal na adolescência e idade adulta.


Rebeca Batista da Silva é enfermeira intensivista (Coren-SP 171720), graduada em enfermagem pela Universidade de Pernambuco-UPE e pós-graduada (Especialista) em UTI neonatal e pediátrica.

e-mail: becabatista@yahoo.com.br

Publicado no Portal da Família em 05/11/2012

 

barriga, mãos em forma de coração

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