Portal da Família
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A ideologia de gênero: uma nova mentira educacional ! |
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João Malheiro |
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Está circulando no Senado brasileiro um projeto de lei do Senador Vital do Rêgo de grande perigo para a família e a educação brasileira. As intenções do político paraibano é colocar no Plano Nacional de Educação uma diretriz que obrigue nossas escolas a ensinarem a ideologia de gênero. Segundo esta doutrina, que vem sendo semeada de forma perniciosa já faz bastantes anos pela Fundação Ford na Europa e nos EUA, o sexo biológico não determinaria nenhuma função específica de masculinidade ou feminilidade e consequentemente cada cidadão poderia escolher qualquer papel social que mais lhe agrade, assim como sua orientação sexual (no fundo, poderia buscar gratificações sexuais do jeito que queira e com queira). O sexo seria um mero diferencial anatômico e estaria desvinculado do “gênero” – viver como mulher ou como homem -: cada um gozaria de autonomia para optar e mudar a forma de viver quando e como quisesse. Esta aberração faz lembrar um episódio tragicômico acontecido nos países nórdicos da Europa, não faz muito. Um casal passeava pela rua com seu carrinho de bebê orgulhoso e feliz desse novo rebento familiar quando se deparou com um velho amigo vizinho. A reação diante do inesperado não podia ter sido mais normal e explosiva: “Parabéns! Então já nasceu! Que felicidade! Menino ou menina?”. A resposta, porém, essa sim foi surpreende: “Não sabemos ainda! O bebê é que escolherá quando crescer...”. Como vemos, para quem goza ainda de certa normalidade intelectual e psicológica, o fato acima não pode deixar de chocar. Querer desprezar as evidências que a natureza nos oferece parece mesmo um filme de ficção científica, na qual os novos seres desconhecidos gozam de outra natureza. Efetivamente, foi por essa via que nasceu a ideologia de gênero nos anos 60, quando as teorias marxistas permeavam a nova cultura modernista. Segundo elas, era preciso combater e destruir a natureza que impõe a “luta de classes sexuais”. A mulher não poderia mais continuar submissa ao homem e por isso era preciso ser criado uma nova “raça” humana, na qual se pudesse gozar realmente dos mesmos direitos e oportunidades. À primeira vista, a intenção era boa, uma vez que a mulher na prática tinha um tratamento bastante inferiorizado em muitos âmbitos, tornando-a vítima de preconceitos, injustiças e políticas segregadoras. Por outro lado, os meios que se utilizaram para conseguir esses ideais mais humanitários demonstraram-se depois ser mais nocivos do que as políticas que se combatiam. Essa é sempre a estratégia que o “mal” utiliza para conseguir recuperar seus “foros perdidos”. Aproveitando-se de alguma anomalia social chamativa – no nosso caso, as políticas culturais machistas - aparece como anjo da luz, salvador dos fracos, propondo uma solução à primeira vista mais interessante, mais prazerosa, mais libertadora, mais “humanitária” para a felicidade de todos os homens. Depois, na prática, se verifica um verdadeiro engodo. Perguntemo-nos, então: O que será que está por trás da ideologia de gênero, com a desculpa de conquistas feministas justas? A resposta é alarmante: a destruição da família, seu grande objetivo desde sempre. Destruindo-se a família, destrói-se a perpetuação da pessoa humana. E por que quer a destruição da família? A resposta a isto nos levaria longe... Mas tentemos entender como isso se dá na realidade. Os estrategistas do mal, inicialmente, procuram confundir as pessoas colocando no mesmo âmbito algumas igualdades entre os homens e mulheres – mesma inteligência, mesma dignidade, mesmos direitos e oportunidades - com algumas diferenças claras do ponto de vista científico –estruturas cerebrais diferentes e com funcionamentos diversos, sistemas hormonais diferentes, afetividade diferente, sentidos externos e internos diferentes, tendências lúdicas diferentes, etc-. Num segundo momento, depois dessa confusão nos sexos, provocam o orgulho humano a requerer uma liberdade absoluta para escolher o gênero e o prazer que mais lhe convier, “vendendo” de forma maliciosa o prazer sexual como um fim em si mesmo e um direito, totalmente desvinculado dos âmbitos procriativos e unitivos, como se fosse um brinquedo. À primeira vista, parece um avanço na liberdade humana, pois a desvincula do sacrifício da verdadee do bem, como se as escolhas não determinassem o futuro das pessoas. Estas, sendo “ensinadas” nessa nova pedagogia, acreditam que é possível alcançar a felicidade sem esforço, sem sacrifício, sem dor e, portanto, sem amor. Aos poucos os seres humanos vão deixando-se levar por esse feitiço egoísta que os anestesiam para a doação e compromissos sólidos. Convertem-se, sem perceber, para uma vida sem sentido e finalidade. O que os motiva a viver agora é aproveitar o momento presente, consumir coisas e pessoas, perseguir o bem estar material, alcançar todos os tipos de satisfações sensíveis que as novas tecnologias e laboratórios farmacêuticos possam lhes proporcionar. No final deste processo, quando chegam em geral em torno dos 30 anos, se sentem como pessoas egoístas, solitárias, fracas, animalizadas e, consequentemente, sofrendo muito mais do que antes, pois não nasceram para serem animais irracionais e antissociais, mas pessoas humanas que amam e são amadas. Esse sofrimento não é só físico, mas principalmente psicológico e espiritual. A pessoa humana perde a esperança nela mesma – não tem forças para mais nada! – e como consequência esperança na própria realização do projeto de homem que é ser feliz vivendo um amor compartilhado. O objetivo final do “mal” foi alcançado: a destruição da pessoa, da família, da liberdade e felicidade humanas. Diante deste quadro triste que pintamos anteriormente, meu instinto de sobrevivência somado à minha paixão pela defesa da vida e da dignidade humana me obrigam a arregaçar as mangas e a combater a aprovação dessa lei injusta aludida no início. Como educador não posso permitir que a mentira seja espalhada pelo próprio Ministério da Educação que deveria semear e regar a verdade. Infelizmente, quando analisamos as pessoas que comandam a educação deste país, percebemos quase sempre que a grande maioria delas não entende muito de educação e sim de “manipulação” e “jogo político”. Seus interesses estão muito longe das reais necessidades educativas de nossas crianças. Por isso, talvez, não se importem muito com as consequências nefastas que certas políticas públicas possam provocar, como esta em questão. Desde que continuem recebendo apoio político e financeiro de certos organismos internacionais, qualquer meio é justificado. O problema é que elas também serão vítimas um dia, como se tem verificado em fatos recentes, com a prisão de vários governistas “mensaleiros”. Concluo dizendo que é preciso afogar o mal que estão querendo disseminar em nossas escolas com a abundância de luz e de verdade. É preciso formar muito bem e desde cedo as nossas crianças lhes ensinando que o homem e a mulher são iguais em uma série de aspectos metafísicos, antropológicos e de cidadania, mas também são muito diferentes em vários aspectos biológicos, psicológicos e espirituais. É preciso que descubram e se encantem com a beleza das qualidades inatas próprias de cada sexo e como elas podem ser potencializadas quando existe um trabalho sério de educação personalizada. É importante também que saibam que existem muitos outros aspectos, tanto da masculinidade como da feminilidade, que devem ser ensinados e estimulados na família e na escola. Por fim, que o homem e a mulher não precisam viver, como acreditam os ideólogos do gênero, em estado de guerra ou de competição, mas cada um tem que contribuir com seus dons e talentos próprios para uma maior harmonia familiar e social. Ambos devem se complementar e nessa simbiose existencial cada um colaborar na construção de sua própria identidade pessoal, de forma a consolidar a identidade da família, célula básica de toda sociedade. |
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João Malheiro é doutor em Educação pela UFRJ e diretor do Colégio Porto Real, Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. É autor de vários livros como "A Alma da Escola do Século XXI", "Fortalecer a Alma da Escola" e "Escola com Corpo e Alma", da Editora CRV Ltda. É palestrante sobre vários temas de educação em colégios e universidades. Especialista sobre Valores e virtudes ética na escola. No final de 2017, lançou o seu quarto livro - A PRECEPTORIA NA ESCOLA. UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA DE SUCESSO, finalizando sua "tetralogia". E mail: joao.malheiro@colegioportoreal.org.br Publicado no Portal da Família em 16/03/2014 Pesquisador do Grupo de Estudo sobre Ética na Educação da UFRJ
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