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quando
a noite for mais fria
do que eu pude prever,
Mãe,
quando meu bruto coração coalhar-se em
lágrimas,
e eu ficar feito um tatu cego e assustado,
Quem, se não for a senhora, saberá ocupar-se
de mim? |
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Essa
terra gruda nos cabelos, entra nas narinas, come os
olhos, estoura as unhas... A senhora sabe!
A
senhora sabe!
Mãe,
Lembre-se de que eu sou pó...
Lembre-se de que eu sou barro!
Mas lembre-se sobretudo...
De me cobrir, se não puder mais que esconder
a minha fria vida...
A
minha fria vida,
Mais fria do que eu pude prever.
Sueli
Caramello Uliano
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