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Questionário mostra que mães predominam na educação dos filhos

01/08/2004 Folha Online

Mesmo com as mudanças no mercado de trabalho, a mãe se mantém como a pessoa que mais faz o acompanhamento escolar dos filhos. Isso é o que indica as respostas do questionário socioeconômico do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) feita no Brasil.

O exame foi feito no ano passado com uma amostra de 300 mil estudantes da 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e 3ª do ensino médio, das redes pública e privada. Os alunos fizeram prova de língua portuguesa ou de matemática.

Uma das perguntas do questionário, aplicado junto com a prova, era "quem é a pessoa que acompanha mais de perto sua vida escolar?". Em todas as séries a resposta "minha mãe" teve a maior porcentagem. Na 4ª série, ficou na casa dos 75%, enquanto "meu pai" teve 10%; na 8ª série foram 72% contra 10%; e na 3ª série do ensino médio, 66% contra 9%.

Ao mesmo tempo que a maioria dos alunos é mais acompanhada pelas mães, elas cada vez mais atuam no mercado de trabalho. Levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos) mostra que a participação das mulheres na população economicamente ativa passou de 39,4% em 1992 para 42,5% em 2002.

Desempenho

O acompanhamento da mãe, do pai ou de outro integrante da família não influenciou significativamente nas notas. Na prova de língua portuguesa da 4ª série, por exemplo, os estudantes que responderam "minha mãe" tiveram nota média de 170,64, contra 170,78 dos que responderam "meu pai".

O desempenho cai entre os alunos que responderam "ninguém": a nota média desse grupo ficou em 153,39. A tendência se mantém nas outras séries. Na 8ª, os estudantes que afirmaram ter mais acompanhamento da mãe ou do pai tiveram nota média na casa dos 234 pontos, enquanto os que declararam que não têm acompanhamento somaram 218. Na 3ª série do ensino médio, a pontuação ficou em 270 e 257, respectivamente.

"Esse realmente é o problema. Não vejo diferença entre o aluno ser mais acompanhado pelo pai ou pela mãe. Na verdade, é preciso que alguém acompanhe", afirma Neyla Regina França, psicóloga e pedagoga, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise. "Mas o ideal é que os pais façam apenas um monitoramento. Fazer ou corrigir a lição de casa, por exemplo, pode esconder deficiências dos filhos", completa.

Extraído de: http://groups.msn.com/Professoressp

 

 

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